CTNNB1

O que é o CTNNB1

O Síndrome do CTNNB1 é uma condição genética extremamente rara e complexa que afeta o desenvolvimento neurológico das crianças. Esta condição é causada por mutações no gene CTNNB1, que desempenha um papel crucial na regulação do crescimento e desenvolvimento celular.

As crianças com Síndrome do CTNNB1 frequentemente apresentam uma variedade de desafios físicos e cognitivos, incluindo atrasos no desenvolvimento motor e da fala, deficiência intelectual, epilepsia, problemas de alimentação e distúrbios do sono. A gravidade e a extensão dos sintomas podem variar amplamente de uma criança para outra.

Devido à sua natureza extremamente rara, o Síndrome do CTNNB1 é frequentemente mal compreendido e subdiagnosticado. As famílias que enfrentam esta condição muitas vezes se encontram lutando para encontrar informações e apoio adequados.

É crucial aumentar a conscientização sobre o Síndrome do CTNNB1 entre profissionais de saúde, educadores e o público em geral. Além disso, é fundamental apoiar as famílias afetadas, oferecendo recursos, orientação e comunidade.

Em Resumo

A Síndrome CTNNB1 é um grave transtorno do neurodesenvolvimento causado por uma alteração no cromossomo 3 p 221 do gene CTNNB1. Estudos recentes mostram que o CTNNB1 é a causa mais comum de paralisia cerebral mal diagnosticada.

Hipotonía Axial

É uma redução no tônus muscular que frequentemente resulta em atrasos motores e problemas de alimentação.

Visão

Estrabismo, hipermetropia, miopia ou afetações mais graves como atrofia de retina ou FEVR.

Microcefalia

É caracterizada por um perímetro cefálico reduzido ao nascimento.

Atraso na fala

Refere-se a dificuldades no desenvolvimento da linguagem expressiva.

Como se detecta o CTNNB1?

Normalmente, antes de realizar testes genéticos às crianças, são realizados uma série de testes preliminares como RMC (Ressonância Magnética Cerebral), EEG (Eletroencefalograma), ecografia transfontanelar, RX craniano, entre outros.

Os resultados da ressonância magnética cerebral na maioria dos pacientes costumam ser normais, embora em uma minoria possam surgir alterações que incluem ventrículos cerebrais dilatados, subdesenvolvimento do corpo caloso e tronco encefálico, rugas e pregas anormais na superfície do cérebro e/ou mielinização retardada. No caso do eletroencefalograma, o resultado também costuma ser normal (sem epilepsia).

Outro teste que costuma ser realizado é um Arrays CGH/postnatal para detetar alguma alteração no ADN e descartar diferentes síndromes como a de Prader-Willi/Angelman. Trata-se de uma técnica utilizada no diagnóstico genético, que permite analisar o genoma completo de uma pessoa em busca de alterações do material genético em um período de tempo muito curto.

Por último, como teste definitivo para detetar a Síndrome CTNNB1, realiza-se o Exoma completo, sequenciando aproximadamente os 20.000 genes que compõem o genoma humano com o objetivo de obter o máximo de informação genética possível de um paciente. Uma vez feito, recomenda-se realizar o WES (sequenciamento massivo do exoma) também nos progenitores, que servirá como referência para descartar variantes benignas ou estabelecer a origem de cada variante genética ao longo dos genes que constituem o exoma, tornando o WES um método de diagnóstico eficaz ao detetar, por exemplo, doenças recessivas mendelianas ou variantes de novo. As variantes podem ser detetadas tanto em genes relacionados com a história clínica do paciente quanto em genes cuja relação com a doença ainda não foi descrita.

A sequenciação do Exoma completo fornece uma cobertura de profundidade média de 100%, o que permite o estudo detalhado das sequências codificadoras analisadas com máxima eficácia diagnóstica na maioria das regiões.

Em suma, a sequenciação do Exoma consiste em determinar, em um código de 4 letras, a composição de todos os éxons do paciente. Posteriormente, a comparação desta sequência com uma de referência livre de alterações permitirá identificar a mutação que provocou a doença genética.

Aqui na Associação CTNNB1 Portugal, estamos comprometidos em fornecer apoio abrangente e informação precisa para as famílias que vivenciam o Síndrome do CTNNB1. Nosso objetivo é promover a compreensão, a aceitação e o apoio às crianças afetadas por esta condição, ao mesmo tempo em que buscamos avanços na pesquisa e tratamento.

Se você ou alguém que você conhece tem um filho com Síndrome do CTNNB1, saiba que você não está sozinho. Junte-se a nós nesta jornada de apoio, educação e esperança.

Possiveis Tratamentos

Actualmente existem dois tratamentos a serem realizados em paralelo.

Terapia Genetica

A terapia genética tem sido uma revolução na forma como abordamos o tratamento de doenças genéticas, abrindo um horizonte para curar doenças para as quais, até o momento, só existiam tratamentos para aliviar os sintomas.

A terapia genética é um conjunto de técnicas que usam transferências de material genético para prevenir ou curar doenças genéticas. Sem dúvida, é uma das melhores alternativas entre todas as possíveis, mas também provavelmente uma das mais complexas. Ela vai diretamente à raiz do problema ao transferir uma versão correta de um gene para compensar o gene defeituoso que está causando a doença. Entre os principais obstáculos dessa abordagem está a dificuldade em direcionar o material genético especificamente para as células ou tecidos onde é necessário que o gene exerça sua função, ou em fazer com que a regulação do gene introduzido se assemelhe à forma como é regulada nas pessoas saudáveis.

Através da terapia genética, é possível restaurar a função do gene mutado, sendo a estratégia mais comum a introdução de uma cópia normal deste gene nas células sem que ele se integre ao material genético. Também é possível inibir ou bloquear o funcionamento dos genes que contribuem para o desenvolvimento da doença.

A terapia genética pode ser aplicada por diferentes estratégias:

  • Ex vivo: consiste em extrair as células que precisam ser reparadas de um paciente, repará-las no laboratório e reintroduzi-las no organismo do indivíduo em questão.
  • In situ: consiste em introduzir o gene reparador diretamente nas células do próprio órgão defeituoso do indivíduo.
  • In vivo: consiste em administrar diretamente ao paciente o gene corretor para que ele atinja o ponto a ser tratado.

No desenvolvimento dessa terapia, é necessário levar em consideração diversos fatores.

  • É necessário saber qual é o "tecido-alvo", aquele que receberá a terapia.
  • Saber se é possível tratar "in situ" o tecido afetado.
  • Qual é o vetor apropriado que servirá para introduzir o gene no "tecido-alvo".
  • Qual é a eficácia do novo gene e qual será a resposta do órgão ou "tecido hospedeiro" com a entrada do gene modificado.


Vectores

Para que a terapia genética funcione, é necessário introduzir o gene terapêutico em centenas de milhões de células, e para isso é necessário um veículo ou vetor que o transporte para o interior delas.

Um bom vetor deve pelo menos:

  • Ser reproduzível e estável.
  • Permitir a entrada de material genético nas células (dependendo da tecnologia, o gene será ou não inserido no material genético da célula).
  • Reconhecer e agir sobre células específicas.
  • Ser capaz de regular a expressão do gene terapêutico.
  • Não conter elementos que induzam uma resposta imune.
  • Ser inofensivo ou ter efeitos colaterais mínimos.

Existem quatro tipos principais de vírus agrupados como vetores: retrovírus, adenovírus, vírus adeno-associados e herpesvírus.

Estudos sobre CTNNB1

O Síndrome do CTNNB1 é uma condição genética extremamente rara e complexa que afeta o desenvolvimento neurológico das crianças. Esta condição é causada por mutações no gene CTNNB1, que desempenha um papel crucial na regulação do crescimento e desenvolvimento celular.